O Caminho do Justo e a Promessa da Ressurreição em Isaías 26

Estudo do Livro de Isaías 26, 7-9, 12, 16-19

Isaías 26, 7-9

Versículos:

  1. “A vereda do justo é plana; tu, que és reto, tornas plano o caminho do justo.”
  2. “Sim, no caminho dos teus juízos, Senhor, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma.”
  3. “Com minha alma suspiro por ti durante a noite; com meu espírito, dentro de mim, eu te procuro de madrugada. Pois quando teus juízos se manifestam na terra, os habitantes do mundo aprendem a justiça.”

Comentário Patristico:

São João Crisóstomo, em suas homilias, enfatiza a justiça e a retidão do caminho do justo, destacando que é Deus quem torna esses caminhos planos. Ele explica que a retidão moral e a integridade espiritual são essenciais para caminhar com Deus. Segundo ele, a busca incessante por Deus, tanto de dia quanto de noite, reflete a sede insaciável da alma pelo divino.

Santo Agostinho, nas “Confissões”, também fala sobre o desejo profundo da alma por Deus, mencionando que este desejo é uma chama que arde continuamente dentro de nós, levando-nos a buscar a justiça e a retidão que só podem ser encontradas em Deus.

Isaías 26, 12

Versículo:

  1. “Senhor, tu nos darás a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós.”

Comentário Patristico:

Santo Agostinho comenta que a verdadeira paz é um dom de Deus, e não fruto de nossos próprios esforços. Ele afirma que toda boa obra realizada é, em última análise, ação da graça divina em nós. A paz de Deus é entendida como a tranquilidade da ordem, onde tudo está em seu devido lugar sob a soberania de Deus.

São Gregório de Nissa reforça essa visão ao dizer que a paz que Deus nos dá não é apenas ausência de conflito, mas uma harmonia profunda que permeia toda a criação e todas as ações humanas, conduzidas pela mão providente de Deus.

Isaías 26, 16-19

Versículos:

  1. “Senhor, na angústia te buscaram; quando lhes sobreveio a tua correção, derramaram uma oração murmurada.”
  2. “Como a mulher grávida que está para dar à luz se contorce e grita nas suas dores, assim fomos nós diante de ti, Senhor.”
  3. “Concebemos, sofremos dores de parto, mas foi vento que demos à luz. Não trouxemos salvação à terra, nem nasceram habitantes do mundo.”
  4. “Os teus mortos viverão; os teus cadáveres ressuscitarão. Despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho é um orvalho de luz, e a terra dará à luz os mortos.”

Comentário Patristico:

São Jerônimo interpreta esses versículos como um reconhecimento da necessidade da intervenção divina para trazer a salvação. A angústia e a dor de parto simbolizam a condição de sofrimento do povo de Israel, que, apesar de seus esforços, não conseguem alcançar a salvação por si mesmos.

Santo Irineu de Lyon vê na ressurreição mencionada no versículo 19 uma prefiguração da ressurreição dos mortos em Cristo. Ele destaca que a promessa da vida após a morte e a ressurreição dos justos é um dos pilares da fé cristã, oferecendo esperança e consolação aos crentes.

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